terça-feira, 28 de setembro de 2010


(...) Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja um ao lado do outro. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais... Mas aí, daqui uns dias.... você vai me ligar. Querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo."

- Tati. B ~*

segunda-feira, 27 de setembro de 2010


"Tinha desejos violentos, pequenas gulas, ciúmes que doíam, urgências perigosas, enternecimentos melados, ódios virulentos.
Ouvia canções lamentosas, bebia para despertar fantasmas distraídos, chorava excessivamente, relia ou escrevia cartas apaixonadas, transbordantes de rosas e abismos.
Exausto então, afogava-se num sono por vezes sem sonhos... "

- Caio .F ~*

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

É Primavera ~*


''Demorou este ano,
Mas de repente, em toda a parte -
Primavera!"

                                                                  - Paulo Franchetti ~*

Palpebras de Neblina ~*


"...Foi então que eu a vi.
Estava encostada na porta de um bar. Um bar brega - aqueles da Augusta-cidade, não Augusta-jardins. Uma prostituta, isso era o mais visível nela.
Cabelo mal pintado, cara muito maquiada, minissaia, decote fundo. Explícita, nada sutil, puro lugar-comum patético. Em pé, de costas para o bar, encostada na porta, ela olha a rua. Na mão direita tinha um cigarro; na esquerda, um copo de cerveja.
E chorava, ela chorava.
Sem escândalo, sem gemidos nem soluços, a prostituta na frente do bar chorava devagar, de verdade. A tinta da cara escorria com as lágrimas. Meio palhaça, chorava olhando a rua. Vez em quando, dava uma tragada no cigarro, um gole na cerveja. E continuava a chorar - exposta, imoral, escandalosa - sem se importar que a vissem sofrendo.

Eu vi. Ela não me viu. Não via ninguém acho.Tão voltada para a sua própria dor que estava, também, meio cega. Via pra dentro: charco, arame farpado, grades. Ninguém parou. Eu também não. Não era um espetáculo imperdível, não era uma dor reluzente de neon, não estava enquadrada ou decupada. Era uma dor sujinha como lençol usado por um mês, sem lavar, pobrinha como buraco na sola do sapato. Furo na meia, dente cariado. Dor sem glamour, de gente habitando aquela camada casca grossa da vida.

Sem o recurso dessas benditas levezas nossas de cada dia - uma dúzia de rosas, uma música do Caetano, uma caixa de figos..."

- Caio. F ~*

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Apenas Timidez ~*


"Confesso entretanto que sou incapaz
De anunciar assim o que eu sinto
Prefiro esperar sozinha por você
Pois só você entende o que eu digo
Eu bem que poderia freqüentar todos os bares
Tentando exorcizar um pouco o que sofri
Andar de mesa em mesa
Tropeçando e bebendo
Chorando e contando a minha triste estória
A quem quisesse ouvir
Confesso entretanto que sou incapaz
De jogar fora assim as minhas lágrimas
Prefiro dormir sozinha no quarto
Talvez eu esteja bem melhor ao acordar
Não pense que é covardia
É apenas timidez
Só me serve a sua companhia
Confesso entretanto que sou incapaz
De exibir assim minhas marcas nos jornais
Prefiro deixar o tempo passar
Quebrando uns pratos até você chegar
Não pense que é covardia
É apenas timidez
Só me serve a sua companhia..."

- Paula Toller/ George Israel ~*

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Quando Fui Chuva ~*


"Quando já não tinha espaço, pequena fui
Onde a vida me cabia apertada
Em um canto qualquer,
Acomodei minha dança, os meu traços de chuva
E o que é estar em paz
Pra ser minha sem ser tua
Quando já não procurava mais
Pude enfim nos olhos teus, vestidos d'água,
Me atirar tranquila daqui
Lavar os degraus, os sonhos, as calçadas
E, assim, no teu corpo eu fui chuva
... jeito bom de se encontrar!
E, assim, no teu gosto eu fui chuva
... jeito bom de se deixar viver!
Nada do que fui me veste agora
Sou toda gota, que escorre livre pelo rosto
E só sossega quando encontra tua boca
E, mesmo que eu te me perca,
Nunca mais serei aquela que se fez seca
Vendo a vida passar pela janela..."

- Luis Kiari e Caio Soh ~*

domingo, 12 de setembro de 2010

Os dentes brancos do mundo ~*


"Eu vou banhando só de luz negra
Vendo os dentes brancos do mundo
Ei, sigo madrugada dançando
Vendo a vida em luzes piscando
Meu amor, se eu tiver que me perder
Seja com você, ou pensando em você
Compre seu sonho e vida sorrindo
Veja os dentes brancos do mundo
Ei, eu me aposentei dessa vida
E dirijo empresa de sonhos
Meu amor, seu tiver que me perder
Há de ser alguém parecido com você..."

- Marcos Valle | Paulo Sérgio Valle ~*

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

No Ar ~*




"Na varanda onde o ar anda depressa
Vai embora na conversa
Na pressa de ficar
Na varanda onde a flor se arremessa
Onde o vento prega peça
Nos traz festa pelo ar
Na varanda a criança se debruça
Mãe menina ainda fuça
Nos cabelos a ninar
Na varanda onde a lua se levanta
Nossa rede se balança
Serenata pra acordar
Joga trança, busca o chão e não o céu
Qual barquinhos de papel
Sonha ir de encontro ao mar
Joga trança, busca o chão e não o céu
Qual barquinhos de papel
Sonha ir de encontro ao mar
E a noite vem, sendo o descanso do sol
E a ponte vem, sendo a distância de quem tá só
Um sol, com a cabeça na lua
A lua, que gira, que gira, que gira
E a noite vem, sendo o descanso do sol
E a ponte vem, sendo a distância de quem tá só
Um sol, com a cabeça na lua
A lua, que gira, que gira, que girassol..."

- O Teatro Mágico ~*

"Tenho a mão estendida para abrir a porta, chamar o elevador.
Descer, partir, viver ..."

- Caio . F ~*

"Mas eu tinha que ficar contente.
E quando você quer, você fica.
 Comecei a ficar. "

- Caio.F ~*

"...não me importa ser exato
no que desejei..."

- Dance Of  Days ~*

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

 
"Mas fica, meu amor..
Quem sabe um dia
Por descuido ou poesia
Você goste de ficar ..."

- Chico Buarque ~*

Sem Mandamentos ~*


"Hoje eu quero a rua cheia de sorrisos francos
De rostos serenos, de palavras soltas
Eu quero a rua toda parecendo louca
Com gente gritando e se abraçando ao sol
Hoje eu quero ver a bola da criança livre
Quero ver os sonhos todos nas janelas
Quero ver vocês andando por aí
Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse
Eu até desculpo o que você falou
Eu quero ver meu coração no seu sorriso
E no olho da tarde a primeira luz
Hoje eu quero que os boêmios gritem bem mais alto
Eu quero um carnaval no engarrafamento
E que dez mil estrelas vão riscando o céu
Buscando a sua casa no amanhecer
Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada
Rasgar a noite escura como um lampião
Eu vou fazer seresta na sua calçada
Eu vou fazer misérias no seu coração
Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua
Pra escrever a música sem pretensão
Eu quero que as buzinas toquem flauta-doce
E que triunfe a força da imaginação..."

                                                            - Oswaldo Montenegro ~*

segunda-feira, 6 de setembro de 2010


                                                          
  " ...Seria saudade então?
Mas como viveria sem sentir?
a garoa no rosto quando é noite...
... e a lua, 
vem buscar o que lhe pertence.
É só esperar a hora de abraçar
porque sempre foi parte de mim
como sempre, minha maior vontade..."

- Dance Of Days ~*

"Foi vertigem, eu sei…
Sorri…
Desperdício… tanto faz…
Não é assim nos filmes.
Não devia ser..."

- Dance Of  Days ~*

"Não quero ouvir ninguém, não quero saber de nada, não quero sentir nada.
Quero esperar você voltar reta e dura como uma estátua, porque tenho medo de me espalhar pelo mundo e nunca mais ser sua."
- Tati .B ~*

"...É triste saber que falta alguma coisa e saber que não dá pra comprar, substituir, esquecer, implorar. 
Mas amor, você sabe, amor não se pede..."

- Tati .B ~*

Blue da bailarina ~*


"Pra lá do bar daquele dia
Onde eu só fui pronto a filosofar
Ela chegou, bebeu seu gim sem pressa
Como só cabe a quem já cansou de esperar
De longe olhei cheio de ânsia
Naquela urgência de me aproximar
Dizer aquilo que mais tivesse efeito
Ouvir aquilo que era pra eu falar
Por azar ou por sorte havia um cigarro
Eu tinha fogo e lhe ofereci
Há quanto tempo, cê tá sumida
Você que pensa, bobo, eu já morri
Ela dançava um blue
Na praça domingo devagar
Como se a vida ficasse esperando
O acorde do blue pra passar
São males que quase nos unem
Mas há quem nasceu pra dançar
Enfrentando medo
Que nunca é cedo
E a vida não pode esperar..."

- Oswaldo Montenegro ~*

Me Deixe Mudo ~*


"Me deixe mudo
Não diga nada
Saiba de tudo
Fique calada
Me deixe mudo
Seja num canto
Seja num centro
Fique por fora
Fique por dentro
Seja o avesso
Seja a metade
Se for começo
Fique à vontade
Não me pergunte
Não me responda
Não me procure
E não se esconda..."

- Oswaldo Montenegro ~*

Maria, a Louca ~*


"Maria tem fogo na mente
Seu corpo na espera que o dia não passe
Que a noite não venha, pois dorme sozinha
Encolhe o seu corpo de encontro à parede
O gosto salgado de quem já chorou
Lhe rola na face, lhe causa agonia
E por ironia lhe chamam Maria...
Maria que até já foi nome da mãe do Senhor
Agora é sem nome
É mãe, seu doutor, mas nem sabe de quem
Só sabe que um dia foi linda Maria
Maria de festa, de noite de dança
De rosto rosado, vestido bonito
Maria prendada que agora é perdida
Maria que chamam de louca
Virou Brincadeira da turma da rua
Soltou gargalhada, deitou na calçada
Deu grito infinito, gemido profundo
De tão contraído seu rosto se abriu
E se encheu de ternura, pois é, quem diria
Da louca Maria restou a poesia
Da moça Maria restou a mulher..."

- Oswaldo Montenegro ~*

sábado, 4 de setembro de 2010


"... não me deixa aqui feito flôr triste..."

- Dance Of  Days ~*

Parques de Giz ~*


"Pois não lembro de um dia sequer
sem sentir não ter meu lugar
e sem ver meus parques de giz
sumirem com a chuva..."

- Dance Of  Days ~*

Do Lado de Cá ~*


"Se a vida às vezes dá uns dias de segundos cinzas
e o tempo tic taca devagar
Põe o teu melhor vestido, brilha teu sorriso
Vem pra cá, vem pra cá
Se a vida muitas vezes só chuvisca, só garoa
e tudo não parece funcionar
Deixe esse problema a toa, pra ficar na boa
Vem pra cá
Do lado de cá, a vista é bonita
A maré é boa de provar
Do lado de cá, eu vivo tranquila
E o meu corpo dança sem parar
Do lado de cá tem música, amigos e alguém para amar
Do lado de cá
A vida é agora, vê se não demora.
Pra recomeçar é só ter vontade de felicidade..."

- Crimarrut's ~*